segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O nascimento do amor


Era um filme de dor. Era um belo filme. Era um homem gordo, feio, sujo, um pouco sujo, que amava uma mulher bonita. Era um homem gordo e feio, que tinha uma mulher, um filho, um bebê, e amava outra mulher. E amava todas as outras coisas. Ele tinha mulher, filhos e culpa. Tinha culpa e um amigo que amava uma mulher que não amava ele. O amigo tinha um amor que doía. O homem e o amigo tinham crianças na alma. Tinham criança, tinham culpa e tinham medo. Tinham um ao outro também. O mais gordo tinha criança nos olhos. Tinha a serenidade de quem que se acostuma com a dor. Tinha o peso da vida nos olhos. Mas tinha sorriso. O amigo não tinha sorriso e o peso da vida era tão grande que tinha os olhos apontando pra baixo nas extremidades. Tinha vontades ao mesmo tempo.
O tempo demora demais pra passar.
E ainda assim não é tempo suficiente.

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